A milícia cidadã: a Guarda Nacional de 1831 a 1850

ARRAIS. Origem árabe: Râis. Mestre ou patrão de embarcação pequena. Patrão da lancha, ou guia, ou condutor. Mestre ou capitão de navio ou barco costeiro. O mestre que tem sob suas ordens os arrais de diferentes embarcações pertencentes ao mesmo dono ou companhia e que lhes determina o serviço.

ARRIEIRO. Origem árabe. O nome veio do grito arre, gutural, com que os sarracenos incitavam as bestas a caminhar (Carolina Michäelis de Vasconcelos). Para Morais é o homem que aluga as bestas de estrada, de cavalgar, ou aquele que as acompanha na jornada, que inspeciona e cura os animais da tropa. Segundo G. Gardner (Viagens no Brasil - p. 394) era o condutor das tropas de mulas e que montado a cavalo, seguia atrás com a tropa. Era ele quem dava ordens de marcha ou alto, examinava as cangalhas e vigiava o equilíbrio da carga, para que não pisasse os animais. Fazia parte do seu ofício examinar as patas das mulas para verificar o estado das ferraduras e substituí-las em caso de necessidade. Era frequentemente incumbido da compra e venda das mercadorias. Era esse um ofício quase sempre exercido pelos mulatos.

BOLEEIRO. Origem espanhola: bolea. O que, montado na besta, dirige a boleia das seges, como o cocheiro dirige os coches.

BRASILEIROS DA 4.ª. Portugueses naturalizados brasileiros. Pela Constituição de 1824, segundo o art. 6.° § 4.°: todos os nascidos em Portugal e suas possessões, mas residentes no Brasil na época em que se proclamou a independência nas províncias onde habitavam, aderiram a esta, expressa ou tacitamente pela continuação de sua residência, foram considerados cidadãos brasileiros.

BOTICA. Ou farmácia, segundo Manuel Querino, constituía verdadeiro centro de tramas revolucionárias ou políticas e ponto de palestra sobre a vida alheia; os frequentadores divertiam-se jogando gamão. Era a botica uma espécie de imprensa falante; e uma melhor informada que as outras, conforme o pessoal que as frequentava.

BOTICÁRIO. Origem grega: apothéké. Proprietário de botica. Farmacêutico autorizado legalmente para ter ou administrar botica. Homem que prepara e vende produtos medicinais.

CABO DE ESQUADRA. Para Cunha Mattos eram praças e não postos. Era o posto abaixo de sargento e era o praça de pré que comandava a esquadra. segundo Morais.

CABRA. Ou cabrito, designação dada aos brasileiros que não primavam pela limpeza de sangue.

CAPITALISTA. "Todo o indivíduo que, tendo capitaes, faça a profissão habitual de dar dinheiro a premio" (Regulamento para a cobrança de imposto sôbre capitaes, art. 4.°, 1873). Sentido popular de capitalista é tesoureiro.

CARAMURU. Facção política brasileira favorável à volta de Pedro I. Membro da facção conservadora do Império. O mesmo que "imperialista" para os revolucionários rio-grandenses em 1835. Nome que antigamente se dava no Brasil aos europeus, sobretudo aos portugueses. Caramuru teve também significação diversa nas diferentes províncias. No Maranhão eram Caramurus os defensores da administração, segundo a Aurora Fluminense (n. 817, de 18 de setembro de 1833).

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