CAPÍTULO I
AS MILÍCIAS(*)Nota do Autor
As milícias nacionais - herança ideológica do século XVIII tiveram na milícia norte-americana e nas Guardas Nacionais francesa e também brasileira expressivos exemplos dessas forças paramilitares. O conceito da "nação em armas", institucionalizado, possibilitou ao poder civil o controle militar, auxiliado de outro lado pela descentralização dessas milícias nacionais que, com isso, suplantaram as forças militares regulares. O militar do século XIX, alijado do mundo da política e dos negócios e substituído como profissional, pelo cidadão soldado, passou para uma posição secundária especialmente no Brasil e Estados Unidos, onde o perigo de uma guerra externa parecia remoto. Na França, logo após a queda de Napoleão o mesmo fenômeno se repetiu. A valorização dos ideais pacifistas e a Guarda Nacional caminharam juntas.
Mas, o serviço militar, prestado pelos cidadãos a seu país - como dever cívico - é um fenômeno registrado pela História em diferentes épocas da vida da Humanidade. Tal serviço, exigido da população masculina, transcendia ao aspecto puramente marcial, quando pelo recrutamento, alojamento, transporte, suprimentos se entrosava toda a população no esforço de guerra. Até o século XIX, a participação dos civis nas campanhas militares era comum e mesmo mulheres e crianças acompanhavam as tropas.
Desde os mais remotos tempos - em épocas de crise - toda a população masculina fisicamente apta via-se obrigada a guerrear. Esses soldados de emergência, equipados e armados às suas próprias