A milícia cidadã: a Guarda Nacional de 1831 a 1850

Não têm quase nada que temer de um flagelo mais terrível para as repúblicas que todos esses juntos, que é a glória militar(22)Nota do Autor.

A National Guard está identificada com dois antigos símbolos constitucionais: o cidadão-soldado e os direitos civis. Os guardas racionais como soldados amadores eram primeiramente cidadãos e, depois soldados(23)Nota do Autor, traço também marcante na Guarda Nacional brasileira. Em 1840 nos Estados Unidos o sistema de milícia estava virtualmente morto, substituído por um corpo de voluntários bem organizado, brilhantemente uniformizado, com bons equipamento e recrutado entre uma elite social que havia sobrevivido ou estava crescendo com eles. Organizações como a artilharia da Luisiânia, os azuis da Infantaria Ligeira das Rochosas ou o 7.º Regimento de Nova York apareceram nessa época. Adotou essa última a designação de National Guard numa homenagem a Lafayette, em sua segunda visita à América em 1824. Alguns anos depois, em 1862, o Legislativo de Nova York adotou esse nome oficialmente(24)Nota do Autor. Entre os anos de 1881 e 1893, cada Estado da União reviu o código militar, estabelecendo e organizando as milícias e tornando oficial o nome da Guarda Nacional(25)Nota do Autor. Historicamente, a National Guard era uma fonte de favores políticos dos governadores e até mesmo dos membros do Congresso. Muitos oficiais estavam engajados em atividades partidárias, ao mesmo tempo que desempenhavam funções na milícia. As atividades políticas dos oficiais aumentaram suas ligações com os membros do Congresso(26)Nota do Autor. Em 1879, reuniram-se, em Nova York, 19 representantes dos Estados e formaram a National Guard Association cujas duas principais metas eram: assegurar a assistência federal e tornar-se reserva do Exército e manter seu status legal, como força militar estadual em tempo de paz, o que a deixaria livre do controle federal. Essa Associação era formada apenas de oficiais, e pertencer a ela tornou-se tradição em muitas famílias.

Martha Derthick é quem afirma que muitos desses homens se sentiam atraídos pelo serviço na National Guard, porque haviam falhado na vida privada, procurando, então, outras satisfações. Lá estavam cercados pela autoridade do grau e prestígio do uniforme de oficiais do Exército dos Estados Unidos. Além do mais, aqueles que sentiam vocação para a carreira das armas, subiam de posto muito mais rapidamente do que no Exército, pois, ambas as corporações estavam organizadas de modo semelhante. O que certamente também pesaria era o fato de não ser necessário, com o ingresso na National Guard, cortar os laços que os prendiam à comunidade para sofrer as rudezas da vida dos soldados profissionais.

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