Alberto Sales, ideólogo da República

até hoje. Antes de 1850 a escola era similar à École Centrale des Arts et Manufactures de Paris; na revisão curricular de 1850 os diretores do "R. P. I." tiveram em vista estabelecer uma escola similar à École Polytechnique de Paris. A partir de 1871 o currículo se restringiu ao curso de engenharia civil. Consoante o professor Fred G. Sturm, inexiste qualquer dado histórico referente à ideologia dos professores do Rensselaer Polytechnic Institute no ano acadêmico de Alberto Sales, denotando, essa circunstância, falta de interesse em tais assuntos, constituído que era seu corpo docente por homens dedicados inteiramente à ciência tecnológica ou aplicada. Por isso a posição filosófica deles nunca foi bem articulada. Implicitamente, porém, é provável que a maioria deles seguia a corrente utilitariana e, talvez, positivista.

Não obstante a breve estada de Alberto Sales em Troy, de lá viera marcado pelo cientificismo haurido naturalmente em Spencer e em Comte, em Stuart Mill e em Littré. E, de modo especial, convencido da excelência do regime republicano e federalista estadunidense, o que confessará mais tarde, numa conferência pronunciada em Campinas em 1886, antecipando-se nas quatro "Correspondências" publicadas na Província. Assim, nos primeiros meses de 1876 está de volta ao Brasil para ingressar na Faculdade de Direito. Repete, em São Paulo, o mesmo sucesso de Troy, com uma pequena diferença porém: enquanto é aprovado simplesmente em português e latim, merece aprovação plena em francês, inglês, matemática, geometria, aritmética, retórica e poética, e distinção em filosofia. É aprovado plenamente no 1º, 2º e 4º anos, simplesmente no 3º ano, inexistindo dados no seu prontuário referentes ao 5º ano. Colou grau como bacharel em Direito a 15 de novembro de 1882.

Pouco se sabe de sua vida de estudante, a não ser que integrou os grupos republicanos e seus jornais acadêmicos, defendendo ao mesmo tempo uma nítida posição filosófica de inspiração positivista, em flagrante rebeldia aos ensinamentos dos catedráticos. Informa A. C. de Sales Júnior: "A filosofia didática perdia-se, então, em confuso ecletismo. As sutilezas da escolática davam forma silogística a ininteligíveis ficções ontológicas, simples entes de razão, estranhos ao mundo sensível. O raciocínio teleológico ou finalístico adaptava a conclusões preconcebidas premissas que as contivessem",

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