Medicina rústica

INTRODUÇÃO

A medicina de folk foi por nós abordada em 1951 na monografia "Alguns Ritos Mágicos"(1) Nota do Autor onde publicamos cerca de 1300 ritos, classificados nos três tópicos: "Abusões, Feitiçaria e Medicina Popular". O nosso interesse pelo assunto levou-nos a subdividir este último tópico em: medicina caipira, medicina preventiva, pingaterapia (época em que lançamos tal neologismo), benzeduras e simpatias.

A presente monografia não se circunscreveu apenas a registrar ritos mágicos, mas, procuramos através dos métodos e técnicas da pesquisa sociológica, da abordagem que o antropólogo cultural realiza, penetrar na vida da comunidade, daí termos adotado outra divisão para a nossa medicina rústica, para nossa terapêutica colhida no folclore alagoano.

Há um "velho costume de dividir a terapêutica folclórica em: cirúrgica (p.e. incisões, torniquetes, cauterizações etc.) e médica propriamente dita; a segunda é mais usual e emprega agentes de natureza distinta: físicos (frio, calor etc.), químicos (farmacêuticos; orgânicos e inorgânicos), biológicos (secreções, excreções, tecidos e órgãos animais ou vegetais), psíquicos (sugestão), mágicos (cura por meio de palavras, rezas, ensalmos etc.)" (2) Nota do Autor. Tal divisão, embora adotada por outros estudiosos do assunto, não será seguida na exposição.

Alguns autores ao estudar a história fascinante da medicina, através de milênios, para fase pré-científica apontam a existência de três estágios: mágico, religioso

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