Medicina rústica

são chamadas de cidade e para tal basta que seja sede de município como declara o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Tomemos, por exemplo, os agrupamentos humanos do beira-mar, pois, na vasta costa litorânea brasileira, encontramos um rosário de pequenas vilas de pescadores, de povoações de jangadeiros, como é o caso nordestino — quais contas minúsculas — a pequena distância de cidades centenárias ou de capitais de Estados, constituindo todas o colar de povoamento. Às vezes, um povoado como Coruripe é chamado cidade só porque é sede de município. Tanto é cidade Coruripe, no Estado de Alagoas, como Santos ou Piracicaba. Caso adotemos a terminologia do I. B. G. E. basta ser sede municipal para classificar-se como cidade. Tal critério é bastante elástico e o problema de adequação de vocábulos designativos para aldeia, povoação, lugarejo, vila ou cidade, se torna mais complicado quando se trata de um país predominantemente rural como o Brasil.

Se do ponto de vista quantitativo da população a terminologia cidade nem sempre é adequada, do ponto de vista sociológico traria, então, vários embaraços. Vejamos um exemplo palpável. Piaçabuçu, levando-se em conta o seu modo de vida sociocultural, seria realmente uma cidade? Ela é portadora da cultura urbana do tipo oriental, cuja vida se baseia no comércio ou na indústria? Não. Piaçabuçu é um agrupamento típico da cultura rústica, essa que constitui o modo de vida rural onde não se pode limitar em que ponto começa o campo e termina a cidade. Piaçabuçu é como milhares de "cidades" brasileiras, quer do litoral, quer do hinterland, onde a cultura rústica está presente, onde o homem vive da pesca, do pastoreio, da agropecuária ou da agricultura, sob o ritmo do calendário agrícola, marcando-lhe a época do plantio, colheita e vacância, onde predomina a economia

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