aviso devesse o recebimento realizar-se na Corte. Silva Pontes voltou ao ministro da Justiça, no dia 18 de dezembro. "El-Rei Honório", consignou ele então, "estava de muito bom humor". Deu-lhe imediatamente outro aviso em mão. E conversou muito sobre as coisas do Pará. Ao sair, prometeu Pontes "comunicar a sua Majestade" o que soubesse a respeito daquela província (4)Nota do Autor.
Basta que se atente para a maneira de personalizar o ministro: El-Rei Honório e Sua Majestade, para que se veja de onde partia a malquerença. E o motivo é fácil de se encontrar na demissão de Silva Pontes da presidência do Pará.
Esse ato, no entanto, fora da responsabilidade do ministério inteiro, inclusive de Paulino de Souza, ministro dos Negócios Estrangeiros em 1843. Agora, justamente, era este ministro, de novo na mesma pasta, o melhor amigo do desembargador e quem não só insistira com ele, em 1850, para que permanecesse no seu posto em Montevidéu, mas, em breve, iria nomeá-lo plenipotenciário em Buenos Aires. A Paulino devotava Pontes sincera amizade. Mas é certo, como se vê do mencionado diário, que em 1843 não acontecia o mesmo. Tanto assim que, reportando-se ao tempo em que Paulino fora ministro da justiça, o apelidava de Ministro da Graça, alusão claríssima às distribuições de comendas, feitas na ocasião.
***
Talvez por não sentir necessidade de representação mais autorizada em Montevidéu, que se não houvesse esgotado na primeira fase da luta, com uma infinidade de casos por solucionar, é que Silva Pontes protestou imediatamente: "Ainda não voltei a mim", dizia ele