revistas de sociedades sábias, bibliografias especializadas ou gerais, enfim, todos os instrumentos indispensáveis para o trabalho preliminar de colheita e seleção das fontes primeiras de informação.
É certo que a grande maioria das instituições brasileiras está perfeitamente consciente da necessidade inadiável de promover a elaboração destes trabalhos, mas não os fazem por dificuldades de pessoal e verba. Dependentes exclusivamente do orçamento votado pelo Legislativo, num país de recursos econômicos limitados, as verbas concedidas bastam apenas para as tarefas rotineiras, quase de manutenção. O pessoal é insatisfatório e nem sempre bem recrutado, exigindo meses de treinamento.
Nestas condições, ainda que fosse decidida a intenção de elaborar, antes de tudo, os instrumentos de trabalho, poucas instituições poderiam realizar normalmente essa tarefa. Nestes últimos anos a Biblioteca Nacional vem organizando e publicando catálogos do seu acervo manuscrito e o Instituto Nacional do Livro editando bibliografias.
A situação da pesquisa histórica brasileira continua à mercê da iniciativa e do esforço pessoal de cada estudioso, que deve por si só, sem ajuda, examinar milhares de documentos, alguns de nenhum interesse para a sua tarefa.
Um catálogo elimina este esforço, porque registra tudo o que possa interessar ao estudioso; um índice mostra os trabalhos impressos nesta ou naquela revista; uma bibliografia indica os trabalhos anteriores. Não há historiografia amadurecida sem pesquisa, mas também não há pesquisa sem os seus instrumentos de trabalho, porque só eles permitem o amplo conhecimento das fontes e do material bibliográfico. De outro modo, a tendência é eliminar a pesquisa mais árdua e limitar-se o estudioso a compilar e consultar o material impresso mais acessível.
Portanto, para que uma historiografia cresça e se torne adulta é indispensável e urgente facilitar a pesquisa, favorecendo o estudioso com os instrumentos, que são especialmente os catálogos, índices e bibliografias.
A primeira tarefa não exige somente a organização de catálogos, a feitura de índices e a elaboração de bibliografias. Estas tarefas poderiam e deveriam ser promovidas pelas instituições de maior responsabilidade e graduação. Mas como esperar que pequenos arquivos particulares, distritais ou municipais, e mesmo estaduais, pobríssimos de recursos, faltos de orientação técnica, promovam a execução de tais tarefas? Para estes haveria que contar com a assistência e a cooperação técnica dos institutos maiores, reunidos em comissão, de modo a planejar os trabalhos e fornecer os recursos indispensáveis.
Toda pesquisa tem um fim público, isto é, de servir a todo e qualquer estudioso ou a toda e qualquer instituição, e tem dois objetivos primordiais: a) o conhecimento das fontes, pelos catálogos, listas, etc.; b) a conquista, pela microfilmagem em massa, dos documentos nos arquivos estaduais, municipais e estrangeiros.