Em 1856, frei Camilo de Monserrate(8) Nota do Autor pleiteava a organização de catálogos de todos os arquivos estaduais e municipais que seriam centralizados na Biblioteca Nacional, de modo a facilitar o ulterior Inventário Geral dos arquivos brasileiros e oferecer aos estudiosos da corte os meios não somente de serem informados de tudo quanto encerravam os arquivos provinciais e municipais do Império, como também de obter facilmente cópia dos documentos neles existentes. Para isto formulou os modelos indispensáveis que seriam fornecidos a todos, por incumbência e sob a direção da Biblioteca Nacional. Não era um catálogo, na verdade, o que se procurava obter, mas um inventário geral sobre o material depositado nestes arquivos. "Nos arquivos das presidências provinciais e das municipalidades, nas capitais, cidades e vilas do Império", escrevia frei Camilo de Monserrate, "devem existir alguns, senão muitos documentos, os quais direta ou indiretamente ligam-se com a história da sociedade pública no Brasil em diversas épocas. Independentemente do interesse que tais documentos podem oferecer para indagações históricas, muitos deles ainda podem ser utilizados para o serviço das administrações públicas, onde em muitas ocorrências é necessário consultar títulos antigos, assim como alguns prestam-se para estabelecerem ou confirmarem em certos casos importantes direitos de família ou de indivíduos".(9) Nota do Autor
Vê-se, assim, que desde 1856 já se reconhecia a grande necessidade dos catálogos e de um inventário geral dos arquivos nacionais. Esta ainda hoje é uma das nossas primeiras necessidades.(10) Nota do Autor
A pesquisa histórica brasileira, na sua evolução, quer de caráter particular, quer de caráter público, ainda é uma das áreas mais negligenciadas da historiografia brasileira. Não é possível nem provável esperar, para breve, o grande desenvolvimento desta sem que se possa oferecer ao estudioso brasileiro um amplo conhecimento de suas fontes, pelo uso dos modernos instrumentos de trabalho. Se uma ou outra obra, pelo esforço pessoal dos seus autores, revela o exercício demorado da pesquisa, a grande maioria compila, pela dificuldade de encontrar documentário.
Não conhecemos precisamente os acervos do Arquivo Nacional, dos Arquivos estaduais, municipais, eclesiásticos, de Câmaras, de particulares, das Seções de Manuscritos da Biblioteca Nacional, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e dos Institutos Históricos estaduais, dos Museus, do Arquivo Histórico do Itamaraty, de firmas comerciais e industriais; não possuímos catálogos, índices de