"alguma coisa da dureza metálica do pinto e da ferrugem do pataco: debalde a vespa dourada e faiscante morde o bloco de pedra.
Sr. presidente. Viu-se outrora isso entre chefes aventureiros e romanescos. Quando o volutuoso e brilhante Tibalto, conde Champagne, do seu castelo Provins em cujas muralhas estavam desenhadas a azul e oiro as suas poesias, entre folhagens e rosas de Saaron - lançava algumas das suas boas sátiras cheias da verve daquele país onde o vinho espuma - contra os seus vizinhos dos castelos de Poitou, de Languedoc e Toulouse, viam-se logo aqueles homens sangüíneos e ingênuos, erguerem bandeira e descerem à planície, e os países do vinho, do belo azul da França, ardiam em guerra.
Ora, exmo sr., nós não somos o brilhante Tibalto, conde de Champagne - mas onde está o brasileiro, que seja o bravo conde Toulouse, poeta e cavaleiro? Sr. Presidente, nós não consentiremos que Pernambuco nos tome para pretexto. Nós somos sempre causa. Repelimos o emprêgo subalterno e humilhante de pretexto. Além disso, sr. presidente, que se massacre uma colônia de portuguêses em virtude das Farpas, bem; mas que se atribuam às Farpas massacres que lhe não pertencem, que se não originaram delas, de que elas são apenas o indistinto pretexto - isso não!... Nós não somos os testas de ferro da degolação dos inocentes: se Herodes, o pobre Herodes aceitou, na religião e na história, este papel grotesco, nós não estamos dispostos a seguir o exemplo deste bom asiático. Que os massacres pertençam a quem de direito. Ora os cadáveres de que se trata não podem ter a estampilha das Farpas. Ide bater a outra porta, oh senhores assassinados!
Nós Sr. presidente, estimamos os brasileiros, decerto: admiramos alguns dos seus artistas, poetas e pintores; mas agora rirmo-nos dos seus amarelos, dos seus barões de Ipatitilá, isso, estimável Sr. presidente, havemos de nos rir! Tanto mais que seria estranho que os senhores brasileiros se escandalizassem com o nosso riso, eles que nos prodigalizam lá os nomes injuriantes, os murros, os pesados fardos às costas, a ofensa e o desdém: pagam-nos é verdade, pagam-nos bem: por isso, não nos queixamos: somente depois disso",