permanecendo esquecidas, durante mais de oitenta anos, na edição original das Farpas.
Em nenhum estudo, até hoje, tanto no Brasil, como em Portugal, se fez o registro desses fatos, agora restaurados em toda a sua extensão e veracidade(15). Nota do Autor
Beneficiados pelo acervo que resultou de uma demorada consulta, de anos a fio, a velhos jornais, manuscritos e livros existentes na Biblioteca Pública de Pernambuco e no Arquivo Público Estadual, foi-nos possível restabelecer, sem a perda de um só liame, os marcos de tão curioso movimento histórico literário, cujo retrato de corpo inteiro oferecemos aos leitores, na moldura de outras agitações da época.
Sempre faltou à admiração dos brasileiros e dos pernambucanos por Eça de Queiroz um motivo de ordem material, que a tornasse mais efetiva. Com este livro, fazendo ressurgir do passado as origens e a narrativa de um dos mais movimentados episódios de nossas lutas contra os portugueses, não catalogados pelos historiadores oficiais, estamos convencidos de que o nome de Eça deixará de ser o que foi, até agora: o objeto de um culto à distância, vivo e apaixonado, é verdade; mas, no espaço, esvaecente e abstrato.
Recuemos oitenta e sete anos para contar essa história.
PAULO CAVALCANTI