Eça de Queirós, agitador no Brasil

Ao nome de ambos, principalmente ao de Eça de Queiroz, ligam-se, no relato dessas ocorrências, discussões jornalísticas, conflitos de rua, espancamentos, tiros, incêndios, ocupação militar de cidades, prontidão de forças armadas, incidentes judiciais, cancelamento de passeatas cívicas, crise de governo, evasão de criminosos, exoneração de autoridades, boletins subversivos - de que foram teatro na década de 70 do século XIX, por causa das Farpas, os municípios pernambucanos do Recife e Goiana.

A missão do presente trabalho é contar a história desse movimento nativista, revivendo fatos e incidentes que as crônicas do passado desprezaram. Não há uma só referência, aqui, uma circunstância, por menor que seja, uma citação, que os arquivos, as bibliotecas e a tradição oral refuguem, como inverossimíveis.

O maior valor deste livro é, decerto, o de concatenar, num longo e paciente trabalho de pesquisa, todos os elos de uma interessante cadeia de acontecimentos, que há de incorporar-se à história das lutas patrióticas de Pernambuco e do Brasil, como um instante de civismo, mas também como uma página saborosa de irreverência e de humor.

Os subsídios de que nos valemos para reconstituir uma fase das mais expressivas das crônicas políticas e sociais de Pernambuco, a que se juntaram, como causa imediata, o nome de Eça de Queiroz e As Farpas, podem ser considerados absolutamente inéditos. Os numerosos documentos oficiais - manuscritos do governo de Pernambuco, das autoridades judiciárias do interior da Província e do corpo consular estrangeiro - vêm a público pela primeira vez. Esse ineditismo cresce de importância quando se verifica que algumas páginas de Eça de Queiroz, escritas sobre o incidente com o povo de Pernambuco, não foram incluídas em suas obras completas,

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