CAPÍTULO I
A primeira viagem de Dom Pedro II à Europa. Em marcha, a Campanha Abolicionista. De Gladstone à "Orelheira de Porco". A mala do viajante e a gula do hebraico. O Imperador do Brasil visto pelas Farpas.
Em 1871, a situação política do Império, no Brasil, era de crise. As ideias do abolicionismo, da reforma eleitoral e judiciária, o recente lançamento do Manifesto Republicano, subscrito por um grupo de homens dos mais conceituados no país, além dos fortes movimentos de reação aos gabinetes que se formavam para dirigir os destinos do governo, empolgavam as consciências progressistas, dando nova contextura às lutas sociais, naquela fase do Segundo Reinado.
Nas Províncias mais importantes, como na sede da Corte, o povo participava ativamente de campanhas cívicas, editava jornais, ganhava as praças públicas, debatendo os problemas da liberdade e da abolição do trabalho escravo. "A emancipação era uma aspiração nacional, e as reformas no tocante ao sistema eleitoral e judiciário, uma necessidade"(1). Nota do Autor
A "mancha negra" do elemento servil começava a ser encarada sob outro prisma que não o da simples piedade humana, transformando-se num obstáculo ao próprio