moça, a Duquesa de Saxe; e até motivos de natureza íntima, talvez, como o de querer encontrar-se, na Europa, com a amiga e confidente Condessa de Barral - Luisa Margarida Portugal de Barros - podiam servir de pretextos, surdos ou aparentes, dos mais plausíveis, para justificar o seu afastamento do governo.
De qualquer modo, a viagem de Pedro II suscitou a desaprovação de conservadores e liberais. José de Alencar, deputado das hostes palacianas, manifestava-se incisivamente contra a saída do Imperador, embora se interpretasse a atitude do eminente homem de letras como represália à negativa de Dom Pedro em indicá-lo a uma cadeira no Senado. O Conselheiro Nabuco de Araújo deplorava o fato de o chefe do governo os deixar, aos líderes políticos, "nestas circunstâncias, levando o seu grande prestígio, levando a sua longa experiência, que ele não pode transmitir"(8). Nota do Autor Andrade Figueira aproveitava o ensejo para revelar um pouco a verdade das coisas, dando à viagem do Imperador um cunho demagógico, de "colhêr lá fora os aplausos dos abolicionistas europeus"(9) Nota do Autor diante do triunfo, que se avizinhava, da libertação dos nascituros.
Enfim, a 25 de maio de 1871, a bordo do navio inglês "Douro", partiu Dom Pedro, com uma comitiva de 15 pessoas, tocando, de portos brasileiros, em Salvador e no Recife.
A 12 de junho, chegou Dom Pedro a Lisboa, de onde seguiu para a Espanha, Inglaterra, Bélgica, Alemanha, visitando cidades como Praga, Viena, Budapeste, Veneza, Triestre, Milão. Durante 15 dias esteve no Egito, inspecionando o recém-inaugurado Canal de Suez. Em Alexandria, a 28 de setembro, recebeu a notícia da aprovação da Lei do "Ventre Livre".