Empresários holandeses começaram a explorar o comércio de peles na região do rio Hudson, fundando em 1614 Forte Orange, o Albany dos nossos dias. Consolidaram-se as pequenas feitorias holandesas que existiam na Guiana, entre os rios Essequibo e Amazonas. Por meio de troca, tanto o tabaco como o algodão e os paus-de-tinta eram obtidos dos índios locais, que viviam em boa amizade com os holandeses, como foi mais tarde admitido pelos portugueses. Estes estabeleceram-se a princípio na região do Amazonas, fundando em 1616 Belém do Pará; mas, entre 1623 e 1630, conseguiram destruir todos os postos de comércio e colônias incipientes das "nações do Norte" que existiam naquela área. Entrementes, durante os anos de trégua, e por motivos que serão explanados depois, o comércio holandês com o próprio Brasil experimentara grande impulso. Foi porém ao longo do Golfo de Guiné e na África ocidental que os mercadores e navegantes dos Países-Baixos conseguiram os seus mais brilhantes êxitos.
Não chegaram até nós dados relativos aos primeiros anos do comércio holandês com o oeste da África; mas, das alusões encontradas em trabalhos e manuscritos da época, claramente se conclui que os holandeses haviam suplantado os portugueses ali, tornando-se os maiores traficantes na Costa do Ouro, de onde exportavam grandes quantidades de ouro e marfim. Tinham ainda os portugueses em seu poder o castelo de São Jorge da Mina (St. George of the Mine, ou Elmina, como era mais comumente chamado no norte da Europa) e alguns fortes costeiros; mas grande parte do seu anterior comércio com os negros havia passado para as mãos dos holandeses. Dos seus quartéis-generais de Forte Nassau, ou de Mouree (fundado em 1612), supriam os neerlandeses os negros de artigos de Nuremberg e de outras utilidades, e por preços mais convidativos do que os dos portugueses.