No começo da trégua, dispunha a Holanda de cerca de 20 navios ocupados em comerciar com a Guiné, fazendo nisso um movimento anual equivalente a duas mil libras de ouro (Amsterdam). Ao terminar a trégua, aquele número havia quase dobrado, e as cargas eram proporcionalmente de maior valor, de modo que todo o ouro cunhado nas Províncias Unidas procedia virtualmente de Guiné(4). Nota do Autor
A execução, em 1619, de Oldenbarnevelt, sob a forjada acusação de alta traição, assinalou o triunfo do príncipe Maurício de Nassau e dos calvinistas militantes (ou "contra-remonstrantes"), partidários da guerra. Tanto o príncipe como os "predicantes" estavam ansiosos que recomeçasse a guerra com a Espanha, embora as razões invocadas não fossem precisamente as mesmas. Os espanhóis, de seu lado, mostravam-se inteiramente dispostos a aceitar o desafio decorrente da expiração da trégua de abril de 1621. Os últimos 12 anos lhes haviam dado bastante tempo para respirar em Flandres; a guerra dos Trinta Anos, que acabava justamente de irromper na Alemanha, estava indo muito bem para eles e para os seus aliados austríacos, sendo também óbvio que os príncipes protestantes alemães seriam de pouca utilidade para a Holanda. Além disso, a agressão holandesa às colônias havia-se revelado tão danosa durante os anos da trégua, que o governo de Madrid alimentava a esperança de que o recrudescimento da guerra na Europa faria com que os seus inimigos hereges se distraíssem de prosseguir em larga escala os projetos que tinham além dos mares(5). Nota do Autor Os acontecimentos logo mostraram a Olivares