Multava mesmo os vereadores que não comparecessem a certas romarias. Interesse da Câmara que durou séculos até a separação do Estado da Igreja.
Em 1798, a Câmara, simbolizando o espírito religioso dos paulistanos, determinou "ao procurador deste Senado que promptificasse a cera, e tudo o mais que fôr necessario para a festa do Corpo de Deus; e mandaram mais que se passasse edital para a limpeza das ruas, casas, caiando-se as mesmas e muros na forma do estylo"(12) Nota do Autor. Em 1801 determinava ao procurador "que cuidasse em providenciar o preciso para a funcção do Corpo de Deus na forma do estylo, e que se escrevesse cartas ás religiões, cavalheiros do habito, e a varios republicanos para apresentarem os seus cavallos, e o mais do estylo"(13) Nota do Autor. As festas eram coloridas, um espetáculo movimentado, onde o profano e o religioso se misturavam e confundiam. Pedia a Câmara, mais ainda, que o procurador providenciasse "uma toalha de linho para o altar", com detalhes interessantes: "e outro de bretanha para o mesmo se pôr por cima da de linho, e igualmente quatro sanguinhos bons de linho"(14) Nota do Autor. Os vereadores, além do bem comum, cuidavam também do bem espiritual dos seus republicanos, empenhavam-se em que as festas de São Francisco de Bórgia, patrono do reino, fossem muito boas, "na conformidade das ordens reais". Do século XVIII é um termo "de que se juntaram o doutor juiz presidente e mais oficiais da Câmara", que haviam comparecido à festa de São Sebastião, "a que são obrigados pela lei e ordenação de Sua Magestade"(15) Nota do Autor.
Não se pense que esse cuidado da Câmara vinha apenas em benefício da religião. Muito pelo contrário, vinha também beneficiar, e grandemente, o aspecto urbanístico da cidade, através da caiação obrigatória das casas, rebocamento, limpeza de templos e muros. Através do conserto de ruas. Não foram poucos os editais "preparatorios das ruas e limpesa para a festa do corpo de Deus". A Câmara chegava mesmo a mandar