Camacho, e por elles ambos e cada um de per si foi dito que os annos atraz passados, tempo, dia e mez que na verdade se achar, elles ambos fizeram uma escriptura de doação á casa de Nossa Senhora da Luz, que fizeram em Piranga"(13) Nota do Autor reza o início da escritura do "publico tabellião". Essa primeira doação é a referida por monsenhor Paulo Florêncio de Camargo que a situa em 1580, doação cujas "forças da dita escriptura estavam já quebradas, porquanto a dita igreja se mudou para Guarepe e o assento em que estava se perdeu e nas ditas suas partes não podia haver effeito"(14) Nota do Autor. Mas a doação do Carvoeiro e sua mulher - a terça de cada um deles - não foi assim dada incondicionalmente, apenas pelo seu sentimento religioso. Ou melhor, talvez justamente pelo seu excessivo zelo religioso é que ambos impuseram certa condição: a de que seus descendentes, "que melhor lhe parecer", cuidariam da ermida, "a mais idonea e sufficiente que parecer á justiça ordinaria e ao padre superior da casa do Sr. S. Paulo, de nome Jesus d'esta villa de S. Paulo"(15) Nota do Autor. Antônio Egídio Martins adianta alguma coisa mais a respeito quando diz que Domingos Luís e Ana Camacho constituíram o patrimônio da Luz em terras e prédio que nela edificaram, confirmado por testamento de 1609, "no qual declararam que elegiam seu filho Antonio Lourenço para administrador da mesma"(16) Nota do Autor. Antônio Lourenço era o sexto de sete filhos do casal, conforme Silva Leme.
Correta a informação de Antônio Egídio Martins, porque o próprio Domingos Luís é que ficou cuidando da sua igreja até aquela data, com o carinho natural de pai para filho, para filho que se vai ornando de certas qualidades e simpatia. A igreja de Nossa Senhora da Luz foi muito amada nos seus primeiros anos de vida. Nos seus primeiros anos de vida talvez seja uma expressão restritiva e diríamos melhor nos seus longos anos de vida. A devoção por Nossa Senhora da Luz é manifestada em numerosos testamentos dos princípios do século