Teoria da História do Brasil. Introdução metodológica - T1

Langlois e Seignobos, sempre se esclarece com exemplos da própria história nacional do autor. Mas nenhum historiador consideraria apropriado elucidar a história geral com exemplos da história do Brasil, país que é mais consumidor que produtor de história, no quadro internacional. O que se desejava, portanto, era escrever uma introdução teórica à história em geral e metodológica à história do Brasil, isto é, uma propedêutica circunstancial, que tratasse da situação da história concreta no Brasil.

Embora fossem vários os exemplos de mudança de título da primeira para a segunda edição, como são os casos recentes dos livros de Américo de Castro e H. C. Hockett, não se viu vantagem em fazê-lo, quando não se encontrou denominação inteiramente satisfatória, única hipótese em que se justificaria a criação de um problema bibliográfico, com a obrigação de se referir ao primeiro título, já comentado e resenhado no Brasil e no estrangeiro.

A ligação da teoria à prática, que se procura fazer no livro, obedece ao desejo de servir de introdução metodológica ao estudo da história do Brasil, expondo as teorias, os métodos e a crítica históricas. Daí a necessidade de chamar de teoria aquilo que trata de princípios conceituais que precedem, guiam e acompanham a técnica da pesquisa e o processo crítico na história geral ou nacional. Por isso o Comitê de Historiografia do Conselho de Pesquisas nas Ciências Sociais chamou o seu estudo metodológico de Theory and Practice in Historical Study. "Não há nada de mais prático que a teoria. A teoria existe para que as experiências práticas não se façam sem motivos e sim sejam feitas desde o início em condições que ofereçam possibilidades de êxito", dizia P. Kirn em sua Einführung in die Geschichtswissenchaft. Já em 1828 K. F. Eichhorn (1781-1854) escrevia em sua "História do Direito e das Instituições alemães" que se tivesse tido um guia aprenderia mais em um ano do que aprendera em dez.

O plano do livro, como observou o professor Oliveira França, é clássico e só deixaria de o ser se o tratamento crítico e auxiliar fosse reduzido ou condensado em benefício da filosofia e da historiografia. Nesse caso seria preciso fazer uma total revisão do livro, o que não se tinha em vista, especialmente porque o autor escreve uma História da História do Brasil, que cobrirá a área historiográfica. Ainda assim fez-se uma melhor distribuição da matéria e novos capítulos esclarecem aspectos não examinados anteriormente. O primeiro capítulo, "Os problemas da história e as tarefas do historiador" substitui "A significação dos estudos históricos".

Dedica-se longo tratamento à descoberta dos fatos e talvez se exagere a "toilette dos documentos", resultando não só numa centralização

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