Caron, no Manuel Pratique pour l'Étude de la Révolution Française (Paris, 1947); sobre a resenha crítica de história, o autor gostaria de acentuar as diferenças entre a resenha crítica, forma de apreciação bibliográfico-crítica, e a identificação e exame do valor dos testemunhos, ou seja a constatação da autenticidade e fidedignidade dos textos históricos; sobre a novela histórica, outro gênero histórico-literário, sempre em voga, pretendia o Autor chamar atenção sobre suas características, virtudes e defeitos capitais e, especialmente, sobre a necessidade de guias que, a exemplo de Jonathan Niel, em seu A Guide to the best historical novels and tales (London, 1904), e Ernest A. Baker, em seu A Guide to Historical Fiction (London, 1914), ajudem a identificar os heróis e os temas da novelística histórica.
Um crítico norte-americano censurou a tendência legal ou jurídica de certos trechos do livro. No capítulo sobre a certeza histórica, agora retirado, havia realmente certa comparação excessiva entre o processo jurídico e o histórico, a que fora levado o autor por influência da leitura de John Wigmore (The Principles of Judicial Prof, 3ª ed., Boston, 1937), que conhecera por indicação de Allan Nevins (The Gateway to history, Boston, 1938). Com a retirada do capítulo, sob inspiração daquela crítica e do pensamento de Wachs: "die Geschichte ist kein Kriminalgericht"(3), Nota do Autor o autor escreveu, sob a orientação de Gardiner, um novo capítulo, com novo título. Mas ficam de pé em sua integridade as comparações jurídicas que fez em matéria de espécie e colheita de fontes e sobre autenticidade, falsificação e fidedignidade.
Tanto no primeiro capítulo como no relativo à História Social, procurou o autor evidenciar a importância da ficção como fonte na reconstrução histórica. John dos Passos, na reunião anual dos historiadores americanos, realizada em Washington, em 1955, destacou os valores humanos dos documentos históricos e mostrou a necessidade da imaginação e de psicologia humanas para sua interpretação. Os historiadores podem aprender muito com os romancistas, novelistas e contistas sobre os métodos da descrição viva; poucos historiadores dão atenção aos momentos livres e quotidianos das grandes personagens históricas, quando estas revelam sua essência natural, e não estudam a arte literária da caracterização e narração, como o fazem os próprios romancistas, que substancialmente fazem história ou "estórias".
A Teoria cresceu demasiado, muito além de nossa expectativa, em parte devido à incorporação das notas, bibliografia e listas ao texto e também porque se reescreveram capítulos antigos ou se incluíram novos. Fica para outra oportunidade reduzir seus excessos.