Teoria da História do Brasil. Introdução metodológica - T1

reacionária dos povos ditos históricos e sem história, lenda que foi e continua como um para-vento ideológico de que se servem as forças agressivas para dissimular sua política colonial e seus objetivos de conquista. A historiografia soviética se pronuncia contra as concepções eurocentristas, contra a oposição artificial do Oriente e Ocidente, contra o colonialismo. Na nossa História Universal nós reservamos um lugar importante à história dos povos eslavos, e dos países do Oriente, da China e da Índia."(12) Nota do Autor

Como se vê, um movimento geral reivindica uma revisão geral que permita: 1) ligar o presente ao passado, estudando mais as origens e desenvolvimento das grandes forças do mundo atual; isso significa dar mais ênfase à História dos Estados Unidos, à História da União Soviética e à História do Oriente e da América do que centralizar o mundo na Europa; 2) estudar mais certos períodos que possam iluminar o nosso presente, como lembrou Barraclough. Alexandre e César nos interessam mais do que, digamos, a história medieval.

Duas forças histórico-culturais se impõem hoje: a americanização do Ocidente e a sovietização do Oriente. Como compreendê-las se a história que ensinamos e lemos é a história da europeização do mundo, quando a Europa não é mais o mesmo poder criador da História.

Toda a realidade histórica, tal como existe hoje, "produz" uma diferente consciência da realidade. Devemos voltar ao passado com novos problemas impostos pelo presente. A consciência histórica, como disse Spranger, não é meramente reprodutiva. "Muito mais do que isso, o grande historiador constrói o mundo espiritual, que começa nele de maneira indissolúvel. A vida de cuja compreensão ele se apropriou torna-se imediatamente uma força presente e formadora do futuro."(13) Nota do Autor

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