XV, XVI e XVII, naturalmente com uma boa base das origens e evolução da escrita latina. Os primeiros documentos foram redigidos em letra processual, como as Instruções a Pedro Álvares Cabral, a carta de Pero Vaz de Caminha e o regimento do 1.° Governador do Brasil. A carta de Mestre João, o físico da Armada, foi escrita em letra cortesã; a letra do texto da Navegaçam de Pero Lopez é romano-restaurada, como gótico cursiva é a letra de Pero Lopez, ambas do século XVI.
O estudo paleográfico faz-se não teoricamente, mas com o persistente esforço e a leitura constante de documentos antigos, que se encontram algumas vezes reproduzidos em fac-símiles(21). Nota do Autor A maior dificuldade consiste na destruição dessas velhas peças, causada pelo tempo, pelas tintas ácidas e pelos vermes.
A importância do conhecimento paleográfico é indiscutível para os historiadores, que sem ele não podem recorrer aos textos mais antigos. No Brasil, não se cultivou a paleografia senão a partir de Varnhagen. Cândido Mendes lamentou esse descuido, que poderia talvez ter evitado que a imaginação dos escritores, até o século XVIII, trabalhasse tanto em organizar crônicas e cenas dramáticas, no intuito de explicar as origens e o começo maravilhoso de sua pátria. O trabalho paleográfico, dizia, é enfadonho; nem todos podem com ele arcar. Pedro Taques já o reconhecia, quando teve de organizar, em 1772, a sua História da Capitania de São Vicente, e Frei Gaspar da Madre de Deus não se decidiu a destrinçar segredos paleográficos a bem da verdadeira história em monumentos carcomidos pela traça e devastados pelo tempo e incúria dos interessados(22). Nota do Autor