Ainda na época de Varnhagen, historiadores que se orgulhavam de escrever a história segundo documentos, como Melo Morais, confessavam sua incúria paleográfica ao recorrer ao mestre que renovou tudo na historiografia brasileira, para a interpretação de certos documentos mais antigos. É assim que ao escrever sobre o patrimônio territorial da Câmara Municipal do Rio de Janeiro(23), Nota do Autor não conseguiu Melo Morais ler as escrituras mais antigas, solicitando a Varnhagen, em Lisboa, a tradução paleográfica.
No Brasil, um dos maiores defeitos da organização universitária e bibliotecária, de consequências funestas para o futuro da pesquisa histórica, é a falta de um curso de paleografia e diplomática, seja incluído no programa das Faculdades de Letras, juntamente com a Metodologia Histórica, seja independente, no curso da Biblioteca ou do Arquivo Nacional. Até 1944, ensinava-se Paleografia e Diplomática no curso de biblioteconomia; e do mesmo curso já fizeram parte as cadeiras de Numismática, Iconografia e Bibliografia(24). Nota do Autor
Da boa leitura paleográfica depende a correta interpretação dos fatos. Pequenos erros de decifração provocam desacertadas doutrinas, como aquela do próprio Varnhagen, que leu no Alvará manuscrito de 16 de maio de 1621 "terça" em lugar de "tença", condenando a injustiça do privilégio concedido aos jesuítas de receberem sua "terça em açúcar"(25). Nota do Autor É assim o caso da inscrição Pinachullo