dão-lhe ainda hoje um relevo sem par no epistolário brasileiro do século XVI.
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Duas modalidades inconfundíveis apresenta a poesia anchietana: uma rústica e popular, série de cantos em português, espanhol e tupi; outra clássica e erudita, o poema em louvor da Virgem, De Beata Virgine Dei Mater Maria, imenso rosário constituído por mais de cinco mil pérolas cristãs do Lácio, colhidas à orla do mar de Iperoig(9) Nota do Autor. Se o tivesse folheado, não escreveria certamente Remy de Gourmont que os derradeiros acentos, os suspiros extremos da poesia eclesiástica, em latim, haviam sido o Stabat Mater e o Dies Irae(10) Nota do Autor.
Anchieta retoma e desenvolve nos sonoros dísticos, em que ele glorifica Nossa Senhora, o lirismo dos monges-poetas, cuja inspiração medieval desfolhou