Todavia, de onde em onde, um lirismo suave de pastoral bafeja a devoção das estrofes anchietanas, entre a mirra e o incenso dos altares, como um eflúvio da noite em que os lírios do campo desabotoam. Leiam-se, por exemplo, os versos graciosos e tocantes, moduladas à Santa Inês:
Virginal cabeça
Pela fé cortada
Com vossa chegada
Já ninguém pereça.
Vinde mui depressa
Ajudar ao povo,
Pois com vossa vinda
Lhe dais lume novo.
Vós sois cordeirinha
De Jesus formoso,
Mas o vosso esposo
Já vos fez rainha.
Também padeirinha
Sois do vosso povo,
Pois com vossa vinda
Lhe dais trigo novo.(12) Nota do Autor