libelo dos sectários, foram exatamente os inacianos que lhe apregoam a beatitude e lhe publicam os milagres. Aos panegiristas é que ele deve o ter sido, mais de uma vez, maculada por semelhante falsidade a sua glória cristã.
Divulgadas as peças irrecusáveis do processo de Jean Cointha (des Boulez), a carta anual do padre Leonardo Valle, a verídica Informação de 1584, concluíram novos autores(9) Nota do Autor, depois disso, que não fora uma realidade a catástrofe de Bolés. Mas alguns deles se equivocaram, por outro lado, atribuindo à mera inventiva de Beretário, à sua fantasia clerical, todo esse drama referente à conversão e execução de um herege no Rio, em 1567: "Nada disso teria acontecido — afirma um deles, entre 1897 e 1900(10) Nota do Autor, se os autores que escreveram a vida do venerável padre Anchieta, em vez de andarem em busca de novidades, se tivessem cingido escrupulosamente à biografia que dele escreveu o padre Pedro Rodrigues, seu contemporâneo. Nela não se diz ne verbum ne quidem da execução de Bolés".
Com efeito, nenhuma palavra se diz acerca da execução irreal de Bolés, mas a do herege anônimo só foi omitida no incompleto manuscrito da Vida do Padre José de Anchieta pelo padre Pero Roiz, em três livros e 25 capítulos, pertencente à biblioteca de Évora. Na longa cópia da Biblioteca Nacional de Lisboa, dividida em quatro livros e 43 capítulos, vem referido o caso do herege francês e anônimo de 1567. Daí novas pesquisas, novos trabalhos para identificação desse calvinista, executado no Rio pela justiça do governador Mem de