O rei do Brasil: vida de D. João VI

na comunhão irredutível da Igreja, como destinadas ao total serviço divino. Fugira-lhe a mãe de Viena, que os turcos começavam a sitiar, pejada da que seria soberana portuguesa(1): Nota do Autor uma espavorida fuga, quando o império e a cristandade pareciam desabar, ao arremesso do novo bárbaro. O primeiro choro de Mariana d'Austria coincidiu com um grito de ódio e alegria, das hostes católicas que afugentavam, triunfantes, os cavaleiros otomanos. A angústia da retirada, o sobressalto da expectativa, entretida pelas rezas extenuantes, o delírio da vitória, sacudiram inicialmente aquela tenra vida, consagrada por uma família desesperada à causa da cruz, como filha das lágrimas e dos rogos.

Bem triste esposo ganhara D. Maria!

O infante D. Pedro, irmão del-rei D. José, chamado pelo padre José Ritter de "delicias del Palacio"(2), Nota do Autor saíra aos avós de Portugal; indolente, guloso, mansarrão, bom de gênio, a inteligência apagada, incapaz de ambição, de audácia, de vontade, enorme, inofensivo e obeso. Deixou nos mármores de Queluz a suprema razão de sua vida. Retrataram-no a reger, no teto das talhas do seu paço magnífico, um concerto mimoso. Não havia de resto na Europa príncipe mais feio, escreveu Costigan, que achava, ao lado dele, um Adônis o horrível

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