O rei do Brasil: vida de D. João VI

Os planos não eram obscuros nem transcendentes: tramava-se simplesmente um levante militar e a aclamação do infante, devendo recolher-se o rei a algum convento onde, "cantando psalmos entre os seus frades"(108), Nota do Autor preparasse a alma e as contas que se devem a Deus...

Em outubro, a princesa antecipou-se à intriga: "Meu amôr. Agora me dizem que os nossos inimigos têm espalhado em Lisboa que eu pretendia fazer esta manhã uma revolução para ficar regente com o nosso filho Miguel, e mandar-te para Vila Viçosa: isto é uma aleivosia muito grande..."(109). Nota do Autor Em 15 de dezembro, insistia: "Eu sei que te disseram que eu juntamente com o Beresford tramávamos uma conspiração..." E queria "satisfação pública", que a desagravasse...(110). Nota do Autor Acreditou. Loulé, incompatível com a corte de Ramalhão, apesar da esposa Marialva, uma das "três graças", e do seu passado galante, agradecido ao perdão real, certo de que a denúncia lhe daria, naquela situação decomposta, a sua oportunidade, talvez o governo, foi sincero, e expôs-se. Mataram-no a bordoada diante do palácio de Salvaterra, em 28 de fevereiro. Debaixo das janelas reais, quase às vistas de D. João VI, como a adverti-lo de que o jogo se ultimava.

O rei do Brasil: vida de D. João VI - Página 301 - Thumb Visualização
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