O rei do Brasil: vida de D. João VI

Quem assassinara o favorito?

Os acólitos da rainha!

Três anos depois, o filho dele, D. Nuno, herdeiro do título e ódios do francófilo, casaria com a infanta D. Ana, filha mais moça de Carlota Joaquina, a sua preferida, segundo Don José Presas. E vingaria o pai segunda vez, ajudando a demolir a usurpação de D. Miguel. Escabrosos rumos do destino - não se sabe quanto teria D. João VI, que faleceu na primavera de 1826, concorrido para aquela reparação. Foi o tremendo castigo infligido à intrigante. Mas a morte de Loulé era uma senha: o começo da grande revolta.

A Inglaterra retraíra-se. Não pudera evitar a intervenção francesa em Espanha e desconfiava do velho aliado que desde 1814, suavemente, silenciosamente, se desvencilhava da sua influência. A política tory gostava do infante D. Miguel. Farejava um governo sólido, enquadrado de tradições ordeiras, respeitando a City como os reis seus avós. Luiz XVIII entrara demasiadamente em Lisboa com o insinuante Hyde de Neuville. Ele vinha com os ecos dos exércitos d'Angoulême nas solas dos sapatos. A Chateaubriand, que avisara - sonhando - ter um milhão de homens para extinguir a anarquia na península, respondera Canning - sorrindo - que a metade desse numero perdera Napoleão em Espanha... Só acreditou na invasão quando esta, irresistível, transpôs o Bidasoa. Mandara então, para contrabalançar a intriga na Bemposta, um amigo de D. João, Edward

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