O rei do Brasil: vida de D. João VI

Por isso, em 1823, preferira a mediação da Áustria à da Grã-Bretanha. O ligeiro conflito em torno daquele trono imaginário excitou o velho rei, feriu no seu majestoso orgulho o grande ministro. Canning considerou-o tolo, e inaugurando a política inglesa de proteção do miguelismo, entrevista por Neuville no ano anterior, prescreveu a Stuart a recusa da condição, certo de que também no Rio de Janeiro seria reputada excessiva e intempestiva. Imperador do Brasil, mesmo honorificamente, depois da guerra da Bahia? Em St. James parecia um absurdo; mas na Bemposta era uma ambição. Terminaria de um modo pitoresco a luta da Independência: coroando-se o soberano da metrópole com as insígnias do vasto reino que acabava de perder...

"Foi ainda D. João VI, melhor conhecedor do Brasil que seus ministros, que forneceu o meio de sair do impasse, autorizando pessoalmente a sir Charles a agir como julgasse melhor para se chegar a um acordo". "Quase equivalia a uma ordem em branco"(117). Nota do Autor Ficou em segredo a carta que escreveu a D. Pedro, recomendando o diplomata, em 23 de maio(118). Nota do Autor Tanto tempo calado, um bilhete, agora, era a paz definitiva. O "pródigo" não lhe resistiria... Concluiu-se o tratado, no Rio, em 25 de agosto: reconhecia a independência, mas com dous imperadores, o efetivo, o filho, e o titular,

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