O rei do Brasil: vida de D. João VI

o pai; e lhe juntava (só a 3 de maio de 1826 isso se fez público) a indenização de dous milhões esterlinos...

Stuart preveniu: "La réservation du titre Impérial sur lequelle S. M. à cru devoir insister, est annoncée de manière que c'est l'Acte du Roi indépendant de la volonté de son Fils." 250 mil libras por conta das propriedades pessoais que lá deixara untavam-lhe de bálsamos a ferida. Publicou um festivo decreto, em 15 de novembro, tomando o seu título imperial. Depois de D. Manuel o afortunado, era o rei português de mais amplos qualificativos. Mais que os senhores de Guiné, Etiópia e Índia, navegação da Pérsia e mar Oceano em ambos os hemisférios, tinha aquele império novo, o seu, o Brasil. E o mordomo, na antecâmara da Bemposta, batendo no assoalho com a vara encimada por uma cabeça de negra, desde D. João II símbolo dos domínios de além-mar, anunciaria, monotonamente:

- Sua Majestade o imperador e rei nosso senhor D. João VI...

Em 7 de dezembro Palmela apresentou a Canning uma nota sóbria: confirmava em D. Pedro a sucessão do trono de Portugal.

Entendiam-se, através do Atlântico, aquele rei, que acabava imperador, e aquele imperador, que terminaria rei, numa reversão dramática de destinos.

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