O rei do Brasil: vida de D. João VI

Enquanto os inimigos foram externos - Napoleão, a França, a Inglaterra, Godoy e, síntese feminina das suas tribulações, a rainha solitária - reparara os pequenos erros, antecedera os bons sucessos, dizendo, como Frederico: "Uma outra vez farei melhor..." Mas agora lhe entravam pelos paços, dividiam-lhe a família, cindiam o exército, cujos generais feitos por D. Maria I acabavam de senilidade e desespero nos seus retiros da província, quebravam a monarquia... Imaginara segurá-la com a confirmação da herança em D. Pedro. Pressentia baldado o esforço. A guerra civil ondulava, pelas fronteiras, a ameaça de invasões e extermínios. Ele representava a ordem; no dia imediato à sua morte começaria um período de cem anos de intranquilidade política. Era a nova humanidade!

Quisera abandonar de vez Portugal, para meter-se novamente em Santa Cruz, no seu parque oriental, ou em S. Cristóvão, cujas árvores de sombra com as raízes molhadas pelos ribeiros travessos nunca mais saíram da sua saudade. Também. Felipe V renunciara ao trono, atacado de uma melancolia, profunda, vagamente consolada pelo confessor, padre Daubenton. O magnífico Tzar Alexandre I confessara, em 1817: "Quando alguém tem a honra de governar nação como a nossa, deve, no momento do perigo, ser o primeiro a afrontá-lo. Mas não deve permanecer no posto senão até quando as forças físicas lhe permitirem. Passado esse tempo, necessário é que se retire!" E

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