nupcial, encarecera-lhe a formosura: aos seus olhos cortesãos, Carlota Joaquina, entre tantos encantos, só possuía um defeito: as picadas de varíola que mordiam a sua face ebúrnea - como a avó, Isabel Farnese, as tivera. Não ficavam mal aos príncipes, poderia acrescentar: além de Maria Barbara, Luiz XV morrera daquela doença. Depois dele, os príncipes de Soubisse. Em seguida, o duque d'Aumont. O próprio D. João a sofrera, a termos de acabar... Amava sobretudo a música italiana - como o pai, que regia pequenas orquestras, pretendendo ser um dos preciosos "violinos" da Europa. O misticismo dos antepassados, os atos pios que lhes foram familiares, a obediência ao clero regrante, nunca a deteriam - muito gaiata, ativa e independente, menina que nascera para realizar grandes cousas se fora algum dia chamada para reinar, superior aos irmãos, Fernando e Carlos, débeis, indolentes, maus, futura Isabel de Inglaterra que se malogrou em anedótica "rainha do Brasil"...
Faltar-lhe-ia, para ser Maria Luiza de Portugal, o doce Carlos IV.
Nenhuma outra princesa do século pareceria menos própria para mulher do calmo D. João. Talvez lha dessem por isso... E entre comemorações famosas.
As cerimônias realizaram-se, simbolicamente: em Madrid o casamento de Carlota Joaquina e D. João, em Lisboa o de D. Gabriel e Mariana de Portugal.