de Macedo (soube-o toda gente) lhe fez uma poesia satírica:
"Conte-se por toda parte
A mordida na orelha dada;
A gatinha mordeu o gato
Na noite duma embrulhada".
Mas os festins continuaram. No paço e capela da Ajuda. Com pontifical e óperas. Bailes da rainha, do embaixador espanhol, da corte, Lisboa, reino e colônias. A embaixada de Espanha iluminou-se de 3.878 velas. Intencionalmente, cinco cantores executaram o drama lírico da "volta da Astréa à terra"(20). Nota do Autor A deusa era Carlota Joaquina. O conde de Fernan Nunez mostrara-se grandioso, perdulário, superior a um reino inteiro, que ia comer às suas mesas, alumiar-se das suas luzes, espantar-se da sua magnificência. O embaixador abriu as danças com a bela marquesa das Minas. A família real confessava-se feliz. D. Maria I dava graças aos céus e o arcebispo de Tessalônica (frei Inacio de S. Caetano ganhara a sua mitra), galhofeiro, achando angélicas aquelas bodas de um rapaz e de uma menina exatamente feitos para jamais se compreenderem, saboreava, lisonjeado, cortejado, perseguido, a alegria da nobreza e a ceia, simultaneamente servida a 370 convivas. Um delírio, um banquete de Luiz XV, uma volta instante de mundanismo numa eternidade de pesar