o presidente Campos Sales lhe estendia, aceitando o elevado encargo de preparar e defender a causa do Brasil na questão de limites com a Guiana Inglesa.
Era o início de nova vida de ação. Era Nabuco transferindo a sua extraordinária capacidade de argumentador, de aglutinador, de líder pela inteligência, para o campo mais vasto das relações internacionais; era o futuro embaixador voltando-se principalmente para a América, com cuja história se familiarizara durante os anos em que permanecera arredio das agitações políticas, da luta, da ação criadora. Daí o não podermos afirmar que aquele exílio voluntário traduz um "sepultamento aos quarenta anos".
Muito ao contrário. Destes anos de meditação e estudo é que provém o material mais importante, relativo ao estupendo fenômeno da americanização em Joaquim Nabuco, fenômeno lento, cujas origens, apesar do seu amor pela Europa, vinham de muito longe, como observaremos, e que não se fez presente nas páginas de Minha Formação porque este belíssimo livro incompleto foi escrito justamente quando seu autor apenas iniciava a fase americanista de sua vida de lutas e realizações.
Foi precisamente a constatação desta verdade, cada vez mais saliente, à medida que líamos ou relíamos seus escritos esparsos e seus livros, que nos fez abandonar a velha ideia que aponta o seu americanismo - de que o pan-americanismo foi uma evolução lógica - diretamente preso às suas atividades nos Estados Unidos, como se ele fosse homem capaz de adquirir convicções de um momento para outro. Nada menos exato. Indo à fonte, às