Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

Os bancos descansam nos dormentes, e são fixos neles por meio de curvas, duas em cada extremidade. Tem dois mastros e gurupés, sendo naqueles armadas duas velas quadrangulares com caranguejas. As velas ferram nos mastros, ou arriam com as caranguejas.

Há canoas destas, que gastam 192 varas de algodão só para vela grande, segundo uma referência de Rodrigues Ferreira. (39)Nota do Autor

Algumas há que carregam 80 bois.

Esses tipos de embarcações foram também usados no Piauí (40)Nota do Autor, Goiás e Maranhão, onde hoje quase desapareceram totalmente, tendo sido substituídos por construções modernas, para o que muito concorreu a navegação a vapor dos rios da província.

Elas figuraram em número de 46 com mais sete navios de Ravardière, guarnecidos com 400 franceses e 4.000 índios em um combate com os portugueses comandados por Jeronymo d'Albuquerque, que durou das 10 horas da manhã às 4 da tarde do dia 19 de outubro