Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

particularidade a beriba, como também à consequente vantagem de dispensar uma parte do pessoal, que seria empregado, se não fossem eles feito dessa madeira. O motivo disto é não ser preciso folgar as escotas e arriar os piques das velas, a menos que não seja em circunstâncias muito especiais, por causa das fortes rajadas, que costumam soprar por cima das colinas e suas quebradas perto da cidade da Bahia, as quais aumentam a força do vento, e mudam às vezes até de três quartas a sua direção, bem como pelos pirajás tão frequentes na costa, cujo efeito é semelhante.

Tal sistema de mastros, ou antes a aplicação dessa madeira neles substitui automaticamente o emprego dessas manobras. Curvam-se eles à medida que o vento sopra com mais intensidade, e assim diminuem o seu efeito pela aparente diminuição de superfície vélica.

Personificando-os, pode-se dizer, que não são dos que quebram, mas que não cedem; cedem, mas não quebram; resistem, lutam, e vencem.

A popa ressente-se um pouco da forma das construções antigas dos séculos XII a XVII.