Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

Estas embarcações sobem o rio à vara, e isso é um serviço bastante penoso por causa da correnteza do rio, e calor abrasador destas paragens. Os vareiros têm calos no peito por causa de muitas feridas produzidas pelo cabo da vara, que curam com gordura de carne de porco.

Lugares há, e em certas ocasiões, em que as varas não alcançam o fundo, e para que as barcas não vão à garra, ou tomem uma tôa, agarram os galhos das árvores com um gongo, espécie de croque com curvas, ou ganchos, às vezes para um e outro lado.

Para fundearem enterram algumas varas na margem do rio, e amarram nelas a proa e popa das barcas, como fazem com os ajoujos.

Na descida do rio vêm a remos, ou vogas. Nestas embarcações o mestre, ou patrão, é conhecido pelo nome de piloto.

A primeira barca que houve no rio S. Francisco, diz Paranhos Montenegro (49)Nota do Autor, foi a chamada Santa Maria I, pertencente a João Mauricio da Costa e a seu irmão José de Mattos de