Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

Sento Sé; depois houve outra de nome Claro Dia, no fim do século passado. Hoje pode-se calcular em mais de duzentas o número delas. O seu deslocamento é em média de 15 toneladas métricas.

Não usam absolutamente de velas. Apenas no Juazeiro utilizam-se delas em umas embarcações denominadas paquetes, que atravessam diariamente para a vila de Petrolina.

Há um fato muito curioso nos costumes destes barqueiros, que assim descreve o mesmo autor:

"Há nas barcas um instrumento de folha de flandres, que é considerado indispensável, e que chamam busio, o qual serve para anunciar a chegada e saída; quando estão nos portos, para chamar os vareiros ausentes, e quando se encontram no rio para se cumprimentarem. A barca não cumprimenta ajoujo, nem este àquela. Quando chega em algum porto, as que estão obrigadas a responder, sendo multada pela tripulação da que chega a da que não correspondeu. Durante a viagem, quando avistam alguma vila ou povoação importante, aquelas das pessoas que vêm na barca, seja vareiro, piloto, passageiro ou dono, que primeiro dá a notícia, é também multado."

Se bem que se determine que estas embarcações principiaram a sua existência no fim do século passado, encontra-se um fato histórico citado