Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

"A maior porção que neste Rio se consome, é do da árvore de Pau de Breu, e dela há bastante quantidade na margem boreal, defronte do Lugar de Ayrão, ou em outro tempo Aldeia do Pau. Raras vezes eles senão acham incorporados com a Almacega do Brasil: onde nascem umas, aí mesmo nascem as outras árvores: grande há de ser a falta de breu, para em seu lugar suprimirem os Leites da Sorva, e da Massaranduba; os quais também se coagulam, sempre que perdem o calor adquirido pelo fogo, a que os fazem fluidos.

"É certo, que, dentro neste Estado, o breu do país resiste mais ao calor do Sol, do que o Pés da Europa. Os calafates não usam dele, sem primeiro lhe adicionarem as substâncias oleosas, quando o fazem fluido ao calor do fogo, de cada vez, que se propõem calafetar alguma Embarcação. Adicionam-lhes os óleos, para fundir mais, e para chegar ao ponto de correr de modo que se estenda bem pelas costuras, e as possa lavar. As substâncias oleosas, que eu tenho visto empregar, são o sebo, onde há gado, ou o azeite de andiroba, que ainda não há na capitania do Rio Negro; ou o que se extrai, e se faz das banhas dos Jacarés, e dos Botos na falta do da Baleia, ou as chamadas manteigas de tartaruga, e de Peixe-boi".

PINTURA

Ainda do mesmo naturalista extraímos os seguintes trechos, quanto à pintura dos remos :

"Alguns os pintam de preto esfregando-os em primeiro lugar com a entrecasca da árvore Xixy e passando a borrá-los de tijuco".