Ensaio sobre as construções navais indígenas do Brasil

escudetes, com que aparavam as frechas dos contrários. Eram os remeiros por ordinário nestas ocasiões 40, e mais ainda, por banda; voava, e desaparecia o leve favo, não só, qual galé esquipada, mas a modo de pássaro. Andam também à vela, segundo a conjunção o pede. Presidiam além dos remeiros, a popa, proa, e o coração da canoa dos soldados livres, que usam de outras armas, ou das mesmas, quando é necessário. (21)Nota do Autor

Há canoas muito grandes, chamadas pranchas que são formadas de cascos de canoas, que se abrem a meio no sentido longitudinal, e metem de permeio duas, ou três tábuas grossas, de 0m,33, 0m38 e até Om,44 de largura, fazendo um todo encavernado. Às vezes aumentam para cima também para ficarem mais alterosas.

A proa e popa são feitas de pranchões topejados a tomar a forma primitiva.

Estas pranchas são quanto à forma semelhantes aos barcos da roça, ou perús, que são empregados nos rios da baía do Rio de Janeiro, e nela própria para transporte de víveres e lenha, e também em S. João da Barra para baldeação de cargas para Campos, e outros pontos acima do rio Paraíba do Sul.