História da Guerra Cisplatina

sangue derramado. Já ambos eram suficientemente admirados para irem atrás de novos aplausos por derrubarem um trono; o que desejavam era o bem do país sem sofrimento para o imperador que ambos tiveram como chefe durante tantos anos. Mas Herval, certo de que "a República não era uma ideia triunfante na opinião nacional, e que as espadas que se desembainhassem para defendê-la tentariam uma imposição, sem que lograssem fazer a felicidade da pátria", desaconselhou a ideia, e o movimento nem sequer foi tentado. É o que se lê na História do General Osório - 1º vol. pág. 106:

"O General Conde de Porto Alegre fez ao Marquês do Herval convite (para que proclamassem a República). O Marquês repeliu a ideia, apesar de convencido de que nada seria mais fácil a ambos, nas circunstâncias em que se achavam para com o Exército."

Porto Alegre, o fidalgo, o nobre, era um republicano, portanto, desde que a pátria necessitasse, para a sua felicidade, do novo regime.

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Outra atitude característica foi a que assumiu em Buenos Aires por ocasião da sua vitória de Santos Lugares em 3 de fevereiro de 1852, e dias subsequentes. O caso nos é relatado por um grande e tradicional inimigo do Brasil, D. Pedro S. Lamas (Etapas de una Gran Política) págs. 166 e seguintes:

"Quase simultaneamente com a notícia da queda do tirano (Juan Manuel Rozas), chega ao governo imperial a de um incidente surgido em Buenos Aires, entre o General Urquiza, que assumiu o governo da República, e o Barão de Porto Alegre, chefe das forças do Brasil. Este chefe pretendeu que se lhe entregassem as bandeiras brasileiras tomadas em Ituzaingó, que se encontram na catedral

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