História da Guerra Cisplatina

da metrópole argentina. O General Urquiza dispôs-se a ceder ao pedido, desde que o formule ou ratifique o governo de sua Majestade. Este ia preencher essa formalidade, quando meu pai, conhecedor do fato, dirige-se pessoalmente ao Imperador para rogar-lhe que não leve a efeito uma ação que por si só viria desnaturalizar os elevados propósitos em que a aliança se inspirou (de 1851). Com efeito se poderia dizer que o Brasil pretendia uma retribuição pelo seu contingente militar, convertendo-se em mercenárias as armas que na realidade se haviam movido somente por impulsos de um pensamento de transcendência internacional. Além disso, o General Urquiza não havia meditado, por certo, sobre a significação do ato; tocar nessas relíquias históricas seria impopularizar-se, justificar uma sublevação no sentimento público, ferir uma legítima suscetibilidade nacional, e ao governo imperial não convinha desprestigiar o caudilho com que se vinculara e cuja missão era já, por si mesma, bastante árdua e delicada.

O Imperador prometeu estudar o assunto com o seu gabinete, sem manifestar sua opinião a respeito.

Sem dúvida lhe sorrira a ideia de recuperar aquelas relíquias, de borrar, até certo ponto, a afronta que Ituzaingó representava.

Meu pai, inquieto, nervoso, viu o Ministério no dia seguinte, e constatou, com efeito, que o assunto não era tão simples, e que além disso podia complicar.

A derrota de Ituzaingó foi, sobretudo, um revés riograndense (sic) e eram os rio-grandenses que compunham a maior parte do Exército brasileiro que venceu em Caseros, os que formulavam a pretensão de levar suas bandeiras.

Já estavam concordando, por outro lado, em que lhas levariam.

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