História da Guerra Cisplatina

Como iam tomar a desaprovação imperial a esse respeito?

Em todo o tempo o Rio Grande se impôs até certo ponto nos conselhos do governo central, que teve motivos para contemplar a esta província no tocante especialmente aos assuntos do Rio da Prata.

Meu pai via perigar sua intervenção. Urgia o tempo e ele temia que o governo se limitasse a deixar a solução ao seu representante diplomático, que tratava novamente com Urquiza, fazendo constar, em todo o caso, que o ato não implicaria apreciação histórica, senão simples cortesia internacional. Esse tempero lhe havia sido insinuado como um termo médio, pelo ministro; e conquanto meu pai o tivesse impugnado em absoluto, temeroso de que assim se procedesse, resolveu-se a anunciar ao governo imperial uma imediata reclamação por parte e em nome da República Oriental do Uruguai, fundando-se em que aquelas bandeiras eram, ao mesmo tempo que troféus argentinos, troféus do seu país.

A tese era sustentável e meu pai (Andres Lamas) a sustentou em memorando preliminar e confidencial que produziu os desejados efeitos, convindo-se depois que esse documento se retiraria para que não ficasse rasto do incidente, desejando o governo imperial, desde que se resolvia que ficassem suas bandeiras em Buenos Aires, que não aparecesse cedendo a uma reclamação. Nesse memorando fazia meu pai, sucintamente, o histórico daquela campanha em que os orientais, por seus triunfos exclusivos, anteriores à intervenção argentina, haviam preparado o desenlace em que tomaram aquelas bandeiras, que eram na realidade troféus coletivos da Argentina e do seu país.

O fato de se acharem esses troféus em Buenos Aires não significava que eles não fossem coletivos; também se achavam na República Argentina as bandeiras de reconquista

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