História da Guerra Cisplatina

à margem esquerda do Rio da Prata, mesmo antes das determinações expressas de fronteiras, segundo os tratados e a diplomacia.

Havia, entretanto, o texto legal servindo de amparo aos colonizadores que se defrontavam nesta parte da América.

Alexandre VI, o Bórgia, papa espanhol, fez doação ao seu país de nascimento, pela bula de 4 de maio de 1493, "de extensión e donación apostólica de las Índias", de "todas as ilhas e terras firmes já descobertas e por descobrir para as bandas do Ocidente e do meio-dia, tirando-se linha reta do polo ártico ao antártico, ficando ou não essas e terras firmes para as partes da Índia ou qualquer outro quarteirão do globo".

Essa linha corria a "cem léguas de distância das ilhas do Açores e Cabo Verde, sem embargo de quaisquer outras constituições e ordenanças apostólicas em contrário".

Espanha, que se iniciara nas navegações com assombrosa felicidade, graças ao gênio de Cristóvão Colombo, vinha fazer o papel de jogador feliz, gozando todos os sacrifícios de Portugal, iniciados ao tempo de D. João I e de seus filhos.

Portugal, lesado, reclamou a Alexandre Bórgia a linha injusta. Essa reclamação, levada a efeito por D. João II, motivou o tratado de Tordesilhas, de 7 de junho de 1494, estabelecendo a "linha a 370 léguas para o poente das ilhas de Cabo Verde".

Depois do descobrimento do Brasil por Pedro Álvares Cabral, haveria necessidade de uma exata demarcação da linha.

Marcos portugueses conhecidos foram colocados nas nossas costas, mas não se sabe se esses sinais de posse estariam de acordo com o tratado firmado pelos reis portugueses em 1494, ou se eles abriam uma situação nova

História da Guerra Cisplatina - Página 33 - Thumb Visualização
Formato
Texto