História da Guerra Cisplatina

de menos passividade espiritual. De qualquer forma, porém, a inércia portuguesa, depois do reinado de D. Manoel, prolongou o statu quo até após o reinado de D. João III, D. Sebastião e do cardeal D. Henrique.

Postas sob o cetro dos Felipes as duas coroas da Ibéria, estava cancelado tacitamente o tratado de 1494.

É essa a situação que nasce em 1580, depois do curto reinado do cardeal-rei, e que se prolonga até 1640.

Para o Brasil, livres os bandeirantes paulistas da muralha teórica das Tordesilhas, a união dos cetros foi providencial, permitindo que fosse brasileiro, isto é, de colonização portuguesa, todo o atual oeste de nossa pátria, campo para esplêndida atividade atual e futura dos nossos homens.

Esse patrimônio, legado pelos bandeirantes, paulistas e curitibanos, será dentro de mais um século a causa da supremacia industrial do Brasil, e a conquista bandeirante foi possível, graças ao desastre de Alcácer Kibir.

Pelo tratado de 1668, a Espanha aceita a situação de independência, proclamada em 1640 pelo duque de Bragança, depois D. João IV. Esse tratado não somente reintegra Portugal nos seus domínios de antes de 1580, como reconhece a plena independência dos reis lusitanos.

Estava revogado o tratado de Tordesilhas? Ainda não, pelo aspecto jurídico da convenção diplomática, mas estava empiricamente, visto que os domínios portugueses propriamente ditos já haviam extravasado da linha rígida de Alexandre Bórgia.

O Uruguai atual, apêndice do Brasil pelo aspecto físico, mereceu atenção dos reis portugueses. Viram logo os monarcas lusos que uma feitoria militar deveria ser fundada em frente de Buenos Aires, para garantir a posse da margem de cá do Rio da Prata.

Instruções foram dadas ao governador do Rio de Janeiro, em 1679, Manuel Lobo, para que construísse uma

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