História da Guerra Cisplatina

a sofrer os súditos americanos, ainda não conscientes dos seus direitos.

Declarada a guerra de Sucessão, estabelecida a oposição entre Espanha e Portugal, em 1705, seis mil soldados saem de Buenos Aires e, atacando a colônia com furioso ímpeto, procuram destruí-la.

Por seis meses a guarnição se defende. Faltando-lhe, porém, munição de boca e de guerra, embarca na esquadra que estava ancorada no porto, e os navios portugueses e ingleses levam para longe do teatro das suas ações bravas a guarnição luso-brasileira.

O tratado de Utrecht, firmado em 1715, põe fim à contenda que teve tantos e tão graves reflexos na América. A Colônia do Sacramento foi devolvida a Portugal.

A situação parecia estável para os monarcas portugueses.

Os espanhóis, porém, sentiam que a estabilidade para Buenos Aires só seria conseguida quando a margem esquerda do Rio da Prata também fosse espanhola.

Com o objetivo de garantir uma feitoria, do lado oposto a Buenos Aires, trataram de fundar fortaleza ou cidade paralela à Colônia do Sacramento, do lado de cá.

O ponto escolhido foi o mesmo que muitas vezes os lusos haviam ocupado, ao pé de um cerro, num porto formado por pequena península. Aí, em 1724, Bruno Maurício de Zabala funda Montevidéu, cujo primitivo nome teria sido São Fernando.

Nova guerra na Europa, entre Portugal e Espanha, repercute na América do Sul, em 1735. Miguel de Salcedo comanda o ataque e sítio à Colônia do Sacramento.

Leva o esforço dois anos, e termina por uma formal desistência dos espanhóis ante a tenacidade invencível dos lusitanos.

A paz verdadeira, porém, é assinada, por parte de D. José, pelo admirável santista Alexandre de Gusmão,

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