me permitiu continuar viagem à região dos índios guatós. Aqui desejo expressar a minha mais sincera gratidão ao comitê, sobretudo ao seu presidente daquela época, sr. Conselheiro dr. Baessler.
O fato de somente agora divulgar este livro é motivado pela circunstância de só ter chegado às minhas mãos a coleção deixada no rio Coliseu, durante o verão de 1901, no ano passado, isto é, em 1904. Ao que se verifica, os índios bacairis do Paranatinga cumpriram com a sua promessa. Eles buscaram a coleção que carregaram sobre os seus bois numa longa caminhada até Cuiabá, isto em 1902. No outono de 1903 os objetos etnológicos seguiram, finalmente, de Cuiabá, em um navio que naufragou no alto Itaisi. De novo a coleção ficou sujeita a uma sorte incerta às margens desse rio até que, alguns meses depois, um outro vapor providenciou o transporte para Corumbá, mas os documentos de embarque, nesse intervalo, tinham sumido juntamente com a coleção. Foi apenas um acaso feliz que quis que o sr. Cônsul Hesslein, passando por Corumbá, visse as minhas malas e caixas, já conhecidas, na casa de um barqueiro. Dessa maneira pode o sr. Cônsul despachar para Hamburgo as minhas coisas. Aos srs. Cônsul Hesslein e Goetz (de Hamburgo) é que devo a circunstância de ter podido juntar nesta obra a coleção etnográfica relativa à expedição da região das cabeceiras do rio Xingu.
Alguns desenhos contidos aqui também devo ao sr. Wilhelm v. d. Steinen, a quem agradeço de modo especial.
Steglitz, julho de 1905.
MAX SCHMIDT