na famosa contenda de Frederico o Grande com o moleiro de Sans Souci, em que o soberano absoluto reconhece os direitos do súdito desarmado.
Houve, por certo, encadeamento de fatalidades políticas (e quase não há outra cousa neste setor) que levaram Portugal ao regalismo do século 18. Influências externas fizeram degenerar, o antigo acatamento da coroa pelos foros e privilégios do povo, caldos sob o guante pombalino que, na sombra manejava D. José I. Inda assim nesta conjuntura, preferimos o estadista do passado aos senhores e donos das mais poderosas nações do presente. Por odiosos que pareçam Luís IX ou Felipe II, acoimados de políticos sem entranhas, persistimos em considerá-los infinitamente superiores aos que séculos depois lhes sucederam no poder(67). Nota do Autor Deixando de lado os cultores da violência, para tratar somente dos tiranos que preferem meios mais hábeis de persuasão (dos quais o vulgo costuma dizer à guisa de maior elogio, "ele não furta nem mata") acompanhamos