Característicos antropométricos dos tapirapé

Emílio Willems

Vanderbilt University

Todos os homens e todas as mulheres tapirapé exceto as crianças, puderam ser medidos. Se o total não ultrapassa 31 indivíduos (15 homens e 16 mulheres), a razão está no fato de se tratar de um grupo em vias de desaparecer. É lastimável que os requisitos que a estatística liga às boas normas da representatividade, não tenham sido satisfeitas. Porém, quer nos parecer que uma amostra pouco representativa seja preferível à completa falta de informações antropométricas, fato esse que tem ocorrido tantas vezes com referência a tribos desaparecidas num passado mais ou menos distante.

Havendo, geralmente, dificuldades consideráveis na aplicação de medidas antropométricas entre pessoas que não estejam sujeitas à disciplina de escolas, casernas, hospitais ou presídios, o número de medidas foi reduzido ao mínimo.(1) Nota do Autor

O quadro n° I reúne os resultados das mensurações individuais, os quadros II e III contêm informações básicas sobre a variação de medidas e índices; o quadro n° IV foi compilado no intuito de comparar alguns dados antropométricos obtidos entre os tapirapé com os de outras tribos que habitam áreas vizinhas ou não muito distantes (em termos etnológicos).(2) Nota do Autor

Duas dessas tribos, os kamayurá e auetö pertencem à família linguística tupi-guarani, os nahuquá e bacairi são caraíba, enquanto que borôro e carajá representam grupos isolados. Como as séries femininas são geralmente muito pouco numerosas, somente séries masculinas foram incluídas no quadro IV.

Um fato que imediatamente chama a atenção do antropólogo físico é a estatura extraordinariamente baixa dos tapirapé. Haverá de certo poucos grupos indígenas no Brasil em que a média alcance apenas 157,1 cm para os homens e 144,7 cm para as mulheres. O quadro comparativo